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Laís Corrêa de Araújo
Poeta, ensaísta, cronista e tradutora Laís Corrêa de Araújo. Laís, nasceu na cidade de Campo Belo em 1927. Formou-se em Línguas Neolatinas pela UFMG, tendo sido a graduada mais jovem da história da UFMG, e licenciou-se em Filosofia, pela PUC-MG. Como uma das mais importantes figuras femininas da poesia moderna brasileira, atuou como cronista, durante muito tempo, na revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, e nos jornais O Estado de São Paulo e Estado de Minas, tendo ainda participado da fundação do jornal Suplemento Literário de Minas Gerais, onde manteve, por muitos anos, a coluna de crítica Roda Gigante. É autora, entre outros, dos livros: Clips, Caderno de Poesia, O signo, Cantochão, Decurso de Prazo e Pé de página (poesia), Murilo Mendes (ensaio crítico), O Grande blá-blá-blá e Maria & Companhia (literatura infanto-juvenil), Sedução do Horizonte (coletânea de textos literários sobre Belo Horizonte) e Caderno de Traduções. Sua obra poética foi reunida e publicada pela Editora UFMG em 2004, sob o título Inventário (1951-2002). Recebeu vários prêmios literários, dentre eles, o Prêmio Thomas Mann de Viagem à Alemanha, o Prêmio Emílio Moura, e duas vezes o Prêmio Cidade Belo Horizonte. Ocupou também o cargo de superintendente da Biblioteca Pública de Minas Gerais e representou a Literatura Brasileira, ao lado de Lygia Fagundes Telles, na Universidade de Indiana, nos EUA, em 1973. Casada com o poeta Affonso Ávila (1928 – 2014), esteve, como ele, entre os nomes importantes da experimentação poética do período em Minas Gerais. Atuou de forma incisiva na Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, realizada em Belo Horizonte, no ano de 1963, tendo sido a única mulher a fazer parte do evento. Faleceu em 2006.
Um dos aspectos interessantes da obra da escritora é a maneira inventiva com que articula experiência de vida e experimentação formal da linguagem, lirismo e ironia, imaginação e lucidez crítica. Sempre avessa aos modelos cultuados, sua poesia se furta inclusive ao que se convencionou chamar de literatura feminina. O que não significa, entretanto, um distanciamento da poeta de questões relativas à sua experiência enquanto mulher. Sabemos que temas relacionados ao corpo, ao desejo, à memória, ao cotidiano familiar e até mesmo um certo feminismo são recorrentes em sua poesia, só que tudo isso vem atravessado pela ironia, pela metalinguagem, pelo experimentalismo e pela lucidez crítica.
Introdução
Clique nas abas abaixo e ouça os poemas separadamente: