Publicado em 26/09/2025.
A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) promoveu, na manhã de quarta-feira, 24 de setembro, em seu auditório, em Belo Horizonte, uma ação formativa sobre saúde mental no Judiciário.
O encontro apresentou o Programa BemJud, desenvolvido em Rondônia, a magistrados, servidores e colaboradores, com o objetivo de compartilhar práticas de cuidado psicológico e discutir estratégias institucionais voltadas ao fortalecimento da saúde psíquica no trabalho.
O BemJud é um programa de bem-estar psíquico criado pela Escola da Magistratura de Rondônia (EMERON), do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO). A iniciativa reúne ações de prevenção, escuta ativa, formação e atendimento, com o propósito de transformar a cultura organizacional e promover um ambiente de trabalho mais acolhedor e saudável. Entre seus recursos estão oficinas participativas, aplicação de questionários, elaboração de relatórios periódicos e um portal de apoio com conteúdos educativos.
O desembargador Maurício Pinto Ferreira, superintendente-adjunto da EJEF, destacou a importância da iniciativa dentro do Judiciário de Minas Gerais.
“A EJEF se alegra com a participação de diversos servidores do Tribunal e com o compartilhamento do Programa BemJud, do Tribunal de Justiça de Rondônia que tem contribuído para a recuperação da saúde mental de magistrados e servidores”, afirmou.
O magistrado ressaltou que a iniciativa marca o início de uma nova etapa nos cuidados com a saúde mental e psíquica no âmbito do Judiciário mineiro.
“Vamos dar os primeiros passos rumo a um programa institucional voltado ao cuidado da vida de cada magistrado, servidor e estagiário, pois a saúde mental de todos é absolutamente importante”, afirmou.
“Com melhores condições de qualidade de vida e saúde mental, poderemos, consequentemente, oferecer um serviço de maior qualidade à população”, garantiu o desembargador.
O juiz Johnny Gustavo Clemes destacou os aspectos técnicos da proposta.
“O projeto BemJud, resultado da parceria entre o TJRO e o TJMG, tem como objetivo promover a gestão do bem-estar psicossocial no Judiciário. A plataforma coleta dados sobre o nível de bem-estar de magistrados e servidores, identificando causas de adoecimento e ações eficazes nessa área”, explicou.
O magistrado ressaltou que o BemJud também disponibiliza conteúdos educacionais voltados à promoção da saúde psicossocial.
“Como parte do programa, especialistas em saúde elaboram relatórios periódicos com análise de causas, efeitos e recomendações para a alta administração, que utiliza essas informações para ajustar estratégias e implementar novas ações no ciclo seguinte, fortalecendo o bem-estar institucional”, finalizou.
A juíza Cláudia Mara da Silva Faleiros Fernandes destacou o reconhecimento recebido pelo projeto.
“Desde sua institucionalização, o Programa BemJud conquistou maior credibilidade junto a magistrados e servidores. Eles se sentem mais seguros para se abrir, confiar e compartilhar experiências, uma vez que um projeto institucionalizado transmite confiança”, relatou.
A magistrada também compartilhou uma experiência pessoal:
“Em um momento de estresse, fui acolhida pelo meu tribunal por meio do Programa BemJud. Isso me permitiu retornar ao trabalho mais rapidamente, podendo contribuir e atuar de maneira mais segura emocionalmente, com a certeza de que estava sendo apoiada pelo meu tribunal”, relatou.
Representando a unidade responsável pela execução do BemJud, a psicóloga Iuna Pereira Sapia abordou a integração do programa com outras práticas já existentes.
“Dediquei-me a mostrar como estamos avançando na integração do programa com outras atividades já existentes. Buscamos compreender de que forma o BemJud pode aprimorar nossas práticas e alcançar quem realmente precisa, considerando que muitos ainda não reconhecem a importância do suporte emocional e psicológico”, relatou.
Iuna revelou que a proposta do programa é adotar uma abordagem preventiva, evitando que a pessoa alcance um estado grave de saúde, o qual poderia se tornar mais complexo, e dificultar o tratamento ou a recuperação em curto e médio prazo.
“À medida que os participantes aderem ao programa, ganhamos abertura para acessá-los e oferecer atividades alinhadas aos eixos do BemJud. O eixo de gestão de dados nos permite levantar informações sobre o presenteísmo, ajudando a identificar aqueles que estão trabalhando, mas já apresentam risco de adoecer”, concluiu.
Mesa de Honra
Compuseram a mesa de honra de abertura o desembargador Maurício Pinto Ferreira, superintendente-adjunto da EJEF, representando o desembargador Saulo Versiani Penna, 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e superintendente da EJEF; o juiz auxiliar da 3ª Vice-Presidência, Dr. José Ricardo dos Santos de Freitas Véras, representando o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, 3º vice-presidente do TJMG; a secretária de Gestão de Pessoas do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Maria da Glória Araújo, representando o presidente, desembargador Júlio César Lorens; a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Dra. Soraya Hassan Baz Láuar, representando o corregedor-geral, o desembargador Estevão Lucchesi de Carvalho; a magistrada do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais (TJMMG), Dra. Daniela de Freitas Marques, representando o presidente da Escola Superior de Magistratura Jane Silva (EMAJS), desembargador Henrique Abi-Ackel Torres, presidente da Escola Superior de Magistratura Jane Silva (EMAJS); o juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO) e vice-diretor da Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron), Dr. Johnny Gustavo Clemes; a juíza de Direito do TJRO e coordenadora do Programa BemJud, Dra. Cláudia Mara da Silva Faleiros Fernandes; e a psicóloga e chefe da Seção Biopsicossocial da Divisão de Saúde do TJRO, Dra. Iuna Pereira Sapia.