O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) fez história ao se tornar o primeiro tribunal do Brasil a implementar um programa de desenvolvimento ESG (Environmental, Social and Governance), uma iniciativa pioneira que visa integrar práticas ambientais, sociais e de governança em suas atividades. A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) desempenhou um papel fundamental nesse processo, capacitando gestores do TJMG para que possam propor boas práticas em suas rotinas.
Nos últimos anos, o ESG ganhou destaque no mercado financeiro, onde as questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais na análise de risco e nas decisões estratégicas. Na administração pública, essa agenda também tem ganhado crescente atenção, e o TJMG se destacou ao assumir o protagonismo nesse movimento.
O programa, realizado de forma presencial, contou com a participação de 32 servidores do TJMG, indicados pelo Centro de Sustentabilidade (CESUS) e pelo Departamento de Planejamento e Gestão (DEPLAG). A diversidade dos participantes, que incluía desde analistas até diretores, foi um dos pontos fortes do programa, garantindo que a mensagem ESG pudesse ser disseminada em todos os níveis da organização.
“A grande contribuição que eu vejo para o TJ é ele assumir um protagonismo muito grande na área do Judiciário mineiro e nacional, como exemplo de uma organização que se preocupa com os critérios, ou com os pilares do ESG”, destacou Pedro Lins, professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC), que liderou o programa. “O nosso propósito é transformar pela justiça.”
Para Lins, o judiciário não apenas pode, mas deve ser protagonista nas questões de sustentabilidade. “Não só numa parte de trazer conhecimento e trazer uma justiça social, mas ajudar as organizações e as pessoas a serem mais responsáveis sendo o próprio exemplo”, afirmou.
O diretor executivo de desenvolvimento de pessoas da Ejef, Iácones Batista Vargas, ressaltou a importância da iniciativa. “Somos pioneiros, graças à valiosa parceria com a Fundação Dom Cabral e sua equipe de professores renomados e eficientes, que têm despertado, em todos os gestores participantes deste processo, inspiração e motivação para implementarmos boas práticas de sustentabilidade, consciência social e governança, neste ambiente chamado Justiça Mineira”, disse Vargas.
Luiz Campelo, analista de negócios da FDC e integrante da equipe de gestão do programa, enfatizou a importância da estratégia ESG para a longevidade do TJMG. “É importante a gente pensar o seguinte: qualquer organização pública que busca ter longevidade, ela precisa integrar esses três pilares que a gente tem dentro do ESG. Governança, o meio ambiente e a sociedade como todo”, explicou Campelo. “O nosso legado dentro do programa é, vocês já fazem e a gente vai ajudar a otimizar porque o tribunal está sendo pioneiro no Brasil nesse desenvolvimento.”
A expectativa é que os participantes do programa se tornem multiplicadores do conceito dentro do TJMG. “É uma organização gigantesca, nós estamos falando aí de quatorze, quinze mil servidores, mais uns quinze mil terceirizados no estado inteiro, mais de duzentas comarcas. É um desafio enorme que a gente tem que chegar em todas as pontas, do estado inteiro. E eu tenho a convicção que esse time será o grande protagonista da disseminação do ESG dentro do tribunal”, concluiu o professor Pedro Lins.
O programa, que teve seu encerramento em 30 de outubro de 2024, foi um marco na história do TJMG, que se destaca como exemplo de inovação e responsabilidade social no cenário nacional.