No dia 8 de novembro, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) promoveu uma Reunião de Trabalho com coordenadores de núcleos regionais, visando estreitar a colaboração entre as comarcas e a administração central da escola, além de fortalecer o desenvolvimento de práticas educacionais alinhadas às demandas dos magistrados. O evento, realizado no auditório da EJEF, em Belo Horizonte, contou com a presença de figuras importantes à mesa, incluindo os Desembargadores na ativa e ex-Superintendentes da EJEF Áurea Brasil, Renato Dresch e Wagner Wilson; o Desembargador aposentado Geraldo Augusto de Almeida; e o Diretor Executivo de Gestão da Informação Documental, Thiago Doro. Presentes também estavam o Desembargador Saulo Versiani Penna, Segundo Vice-Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e Superintendente da EJEF; o Desembargador Maurício Pinto Ferreira, Superintendente-Adjunto da EJEF, por meio de videoconferência; o Diretor Executivo de Desenvolvimento de Pessoas, Iácones Batista Vargas; e o Juiz Auxiliar da Segunda Vice-Presidência, Thiago Grazziane Gandra.
Ao dar início ao evento, o Desembargador Saulo destacou a importância do papel dos núcleos regionais na estratégia de expansão e capilaridade da EJEF. “Precisamos dar visibilidade ao trabalho que realizamos e valorizar as boas práticas de nossos magistrados, reconhecendo os esforços que vão além das rotinas judiciais”, afirmou Saulo, ressaltando que os núcleos regionais são essenciais para consolidar a atuação da EJEF em Minas Gerais. Ele também sublinhou que o novo regimento da escola, recém-aprovado, busca simplificar normativas e garantir uma gestão eficiente, que facilite a comunicação entre a EJEF e suas unidades regionais. Saulo ainda pontuou: “Nosso objetivo é uma escola cada vez mais próxima e acessível, pronta para contribuir de maneira significativa com a formação dos magistrados.”
Para o Diretor Executivo da escola, Iácones Batista Vargas, a reunião foi fundamental para alinhar as estratégias entre a EJEF e os núcleos regionais. Ele explicou que a integração contínua é essencial para levar formação e capacitação de qualidade a todas as comarcas, promovendo um ensino alinhado aos objetivos estratégicos da instituição e às demandas regionais. “Essa integração é fundamental para que as ações educacionais da EJEF alcancem cada comarca de Minas Gerais, promovendo um ensino estratégico e relevante para todos”, declarou Vargas, destacando que os núcleos desempenham papel importante ao identificar as necessidades locais e trazê-las para a administração central da escola.
O Desembargador Maurício Pinto Ferreira, Superintendente-Adjunto da EJEF, abordou a relevância de uma gestão conjunta e unificada entre a administração da EJEF e os núcleos regionais. Ele explicou que a criação de um novo regimento, com regras mais claras e simplificadas, possibilita que os coordenadores regionais possam dialogar de forma mais ágil com a administração. “Nosso objetivo é que todos na EJEF, desde a sede até os núcleos, estejam alinhados e trabalhando em sinergia para o aprimoramento do ensino judiciário”, enfatizou Maurício. Ele ilustrou o papel da EJEF como uma “escola de governo” ao trazer conhecimentos que transcendam o ambiente acadêmico e alcancem as necessidades práticas dos magistrados, citando como exemplo o novo ciclo de cursos sobre questões jurídicas contemporâneas. “Queremos que a EJEF seja referência em inovação e que nossos magistrados tenham orgulho da escola onde se formam”, completou.
O Juiz Auxiliar da Segunda Vice-Presidência, Thiago Grazziane Gandra, também destacou a importância dos núcleos regionais como uma extensão da EJEF nas comarcas do estado. Ele frisou que o estado de Minas Gerais, com suas particularidades regionais, exige abordagens educacionais adaptadas. “Cada núcleo regional deve ser um canal de comunicação direta com a EJEF, trazendo demandas e sugerindo temas que respondam às peculiaridades locais”, afirmou Gandra. Ele ressaltou, ainda, que a formação de formadores será uma prioridade na capacitação dos coordenadores de núcleo, o que contribuirá para que as ações educacionais da escola sejam conduzidas por profissionais altamente qualificados e preparados para o contexto atual.
A tecnologia foi outro tema de grande relevância no encontro. O Desembargador Saulo abordou o papel crescente da inteligência artificial (IA) na administração da justiça e no aprimoramento das práticas educacionais da EJEF. “A IA é uma realidade que veio para ficar. Precisamos preparar nossos magistrados para utilizá-la de forma eficiente, entendendo tanto seus benefícios quanto os cuidados necessários”, destacou. Ele anunciou que a EJEF promoverá, no próximo ano, um evento especial dedicado ao uso da IA no Judiciário, previsto para março de 2025. Esse encontro será uma oportunidade para que magistrados e servidores conheçam as ferramentas tecnológicas que podem otimizar suas rotinas de trabalho, sempre com foco na responsabilidade e na ética.
Palestra e painéis
O evento trouxe discussões profundas e variadas em palestras e painéis. O Desembargador aposentado, Geraldo Augusto de Almeida, ministrou a palestra “Ética do Juiz”, onde abordou as complexidades de manter a integridade e a responsabilidade ética no exercício da magistratura em tempos de mudanças sociais e culturais intensas. “Falar sobre direito é falar também sobre ética. No direito, todos os nossos atos como cidadãos e como profissionais deveriam estar atrelados a princípios éticos”, declarou Geraldo Augusto, destacando a necessidade de resgatar a responsabilidade e o compromisso, para que cada magistrado assuma as consequências de seus atos, especialmente no cenário atual, em que a sociedade clama por ética e transparência.
Thiago Doro, Diretor Executivo de Gestão da Informação Documental, também apresentou a estrutura e os serviços da Dirged. Ele ressaltou a importância da gestão eficiente de acervos e a atuação da equipe técnica da EJEF para prestar suporte às comarcas de Minas Gerais, especialmente na digitalização de arquivos e no acesso à biblioteca digital, que conta com mais de dez mil e-books e materiais de apoio para magistrados e servidores. “A gestão documental da EJEF é um recurso essencial para apoiar o trabalho dos magistrados nas comarcas e garantir a preservação da memória documental do tribunal”, enfatizou Doro, que apresentou também as iniciativas da diretoria para a prevenção e preservação do acervo documental do TJMG.
Já Iácones Batista Vargas apresentou uma visão geral das ações da Diretoria Executiva de Desenvolvimento de Pessoas (Dirdep), destacando o papel da EJEF na seleção, formação e desenvolvimento contínuo de magistrados e servidores. “A EJEF não apenas oferece cursos, mas promove o crescimento pessoal e profissional de cada integrante do TJMG. Estamos focados em formar profissionais alinhados com os valores éticos e técnicos exigidos pelo Judiciário de Minas Gerais”, afirmou Vargas, ressaltando a importância de estratégias educacionais alinhadas aos desafios contemporâneos do Judiciário.
Conduzindo a reunião para o seu final, o Desembargador Maurício reforçou a importância de uma EJEF unificada e integrada. “Temos que construir uma escola da qual todos se orgulhem. A EJEF deve ser uma potência no ensino judiciário, uma referência que inspire confiança em nossos magistrados e promova avanços em suas práticas”, declarou. Ele também destacou a criação de um banco de docentes para aprimorar a escolha de professores, permitindo que o conhecimento especializado chegue de forma mais qualificada às salas de aula.
Ao encerrar a sessão, o Desembargador Saulo Versiani Penna conclamou os coordenadores a manterem o diálogo ativo e constante, para que a EJEF continue evoluindo e adaptando-se às necessidades da sociedade e do sistema judiciário.