No cotidiano, o ambiente digital tornou-se uma ferramenta essencial, seja para o trabalho, a busca por informações ou a interação com as pessoas. No entanto, apesar de sua importância, a acessibilidade no uso das ferramentas virtuais ainda enfrenta muitas barreiras. Compreendendo a necessidade de superar esses desafios, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) promoveu a primeira turma do curso “Capacitação em Acessibilidade – Módulo Desenvolvimento”. A iniciativa, parte do Plano Anual de Desenvolvimento – PDA/2024 da EJEF, visa atender ao macrodesafio I do Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) — a Garantia dos Direitos Fundamentais e do Estado Democrático de Direito — promovendo o aprendizado de normas e padrões de acessibilidade entre os servidores do TJMG.
O cursou visou capacitar os servidores do TJMG a aplicarem normas e padrões de acessibilidade, garantindo um uso mais inclusivo e democrático das tecnologias digitais. O conteúdo foi desenvolvido para capacitar os alunos ao desenvolvimento de sistemas e sites que atendam aos padrões de acessibilidade, conforme estabelecido pela Resolução CNJ n.º 401/2021. Essa resolução determina que os órgãos do Poder Judiciário devem capacitar seus profissionais em normas e padrões de acessibilidade, visando o atendimento adequado ao público de pessoas com deficiência.
As aulas foram ministradas pelo professor Marcelo Sales, especialista em acessibilidade digital e design inclusivo, que abordou a importância de aplicar a acessibilidade de forma adequada em todos os níveis de desenvolvimento digital.
Conteúdo programático
A ação educacional incluiu uma aula gravada e quatro aulas síncronas, que totalizaram 15 horas de capacitação, divididas em módulos específicos: fundamentos da acessibilidade, aplicação prática das diretrizes de acessibilidade para conteúdo web (WCAG), design inclusivo, e testes de acessibilidade. A metodologia adotada seguiu o modelo de ensino à distância (EaD), com uma combinação de aula invertida, exercícios práticos, apresentação interpretativa e recursos audiovisuais.
O conteúdo programático abordou desde o entendimento básico das diretrizes de acessibilidade até a aplicação prática de conceitos como design inclusivo e testes automatizados e humanos.
Ao abrir a aula desta quarta-feira, 28 de agosto, o professor Marcelo Sales provocou a todos com uma pergunta: levando em consideração o que já mostramos aqui, vocês já conseguem visualizar alguma mudança necessária naquilo com o qual vocês atuam?
Ao responder ao questionamento do professor, logo no início da aula, Rogério Luís Massensini, gerente da Gerência de Sistemas Administrativos (GESAD) da Diretoria Executiva de Informática (DIRFOR), enfatizou: “nosso papel é trabalhar com a alteridade e com princípios que nos ajudem a sanar as falhas e enfrentar os desafios para servir melhor à sociedade. Esse exercício de análise é fundamental, pois nos permite devolver à instituição — o Tribunal — um trabalho mais qualificado e alinhado com nossas metas.”
Sobre o atual cenário da acessibilidade no Brasil e no mundo, ele destacou: “observei, como o senhor disse durante as aulas, que, no Brasil, menos de 1% dos sites são acessíveis, e no mundo, esse número é de 3%. Esse dado evidencia a necessidade urgente de mudanças. Portanto, precisamos sempre estar atentos a algumas melhorias importantes e necessárias para podermos avançar nessa jornada”, concluiu o gestor.
Acessibilidade: responsabilidade de todos
Ao demonstrar o site “Contrato da Web”, um guia essencial para a aplicação da acessibilidade digital, o professor Marcelo Sales, destacou a importância de cada um dos envolvidos no processo, desde a criação até a implementação dos recursos inclusivos. “Acessibilidade é uma responsabilidade compartilhada. Ativos, produtos, serviços — todos devem garantir que ela seja aplicada de forma adequada. Cada equipe, seja de negócios, desenvolvimento, design, conteúdo, qualidade de testes, entre outras, possui um papel crucial nesse processo. O importante é entender onde cada um se encaixa nesse conjunto, para assegurar uma aplicação assertiva, evitando frustrações e trabalhando de forma correta e eficiente.”
Ao longo do curso, o docente enfatizou a importância dessas responsabilidades. O último encontro da turma foi dedicado aos testes de acessibilidade: “e hoje, no nosso último encontro, vamos focar nos testes de acessibilidade. Vamos iniciar resgatando o exercício da aula anterior para que vocês percebam como pequenas mudanças e ajustes no código podem melhorar significativamente a experiência das pessoas. Esses pequenos ajustes fazem toda a diferença, como já demonstrado anteriormente, e vamos aprofundar essa análise para podermos aplicá-la no dia a dia dos projetos.”
Destinada aos servidores do TJMG indicados pela DIRFOR, DIRCOM, EJEF, e CESUS, a ação educacional reflete o compromisso da EJEF com o cumprimento das metas estratégicas do TJMG para o ano de 2024. O curso reforçou a importância da acessibilidade digital como uma ferramenta essencial para garantir os direitos fundamentais, promover a inclusão e consolidar uma cultura institucional que respeite a diversidade e a igualdade de acesso a todos os serviços digitais oferecidos pelo Tribunal.