Em clima de despedida e com sentimentos de gratidão e dever cumprido, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) concluiu, nos dias 6 e 7 de junho, um ciclo iniciado em agosto de 2022 no Núcleo Regional de Divinópolis.
A 24ª edição e última Oficina Jurídica e Gerencial da gestão 2022/2024 teve como cenário a histórica Diamantina, terra natal de personalidades marcantes como Juscelino Kubitschek e Chica da Silva, comarca com 125 anos de criação. A ação educacional envolveu magistrados da região sede e das comarcas pertencentes ao Núcleo: Conceição do Mato Dentro, Corinto, Curvelo, Itamarandiba, Minas Novas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Serro e Turmalina.
As atividades começaram na tarde de quinta-feira, 6 de junho, com uma reunião de trabalho realizada concomitantemente com gestores e magistrados. Ao conduzir a abertura da Oficina, a Desembargadora Lílian Maciel, Superintendente Adjunta da Escola Judicial, representando o Desembargador Renato Dresch, Segundo Vice-Presidente do TJMG e Diretor Superintendente da EJEF, que se encontrava em missão institucional em outro estado, ressaltou: “É um prazer enorme concluir esse trabalho realizado com muito primor pela nossa Escola. Foram meses dedicados a trazer conhecimento e aproximar o Tribunal das comarcas do interior. Eu sempre digo que ficamos encastelados na capital, e muitas vezes, os servidores e magistrados das regiões mais remotas se sentem distantes da realidade do Tribunal. Por isso, esse trabalho da EJEF é tão importante e faz uma diferença muito grande, não só no trabalho, mas na vida das pessoas”, ressaltou a magistrada.
As reuniões servem para levantar informações e demandas trazidas por magistrados e servidores a respeito dos cursos e oficinas oferecidos pela Escola.
Etapas Gerencial, Humanossocial e Jurídica
As oficinas foram realizadas no salão do Tribunal do Júri no Fórum Doutor Joaquim Felício. Visando capacitar os participantes a analisar e debater temas do direito, gerenciais e humanossociais, as oficinas visaram à troca de experiências e ao aprimoramento técnico, jurídico e humanossocial.
A etapa gerencial foi iniciada com a apresentação de Thiago Doro, Diretor Executivo de Gestão da Informação Documental (DIRGED). Em seguida, foi a vez de Claudiciano Pereira, Gerente de Jurisprudência e Publicações (GEJUR). Ambos explicaram aos servidores e magistrados os produtos e serviços oferecidos com foco na gestão de documentos, nas áreas de pesquisa e publicação, como a Biblioteca Digital do TJMG, a Revista EJEF e o Plantão EJEF.
Após esses esclarecimentos, Ana Paula Prosdocimi, Diretora Executiva de Desenvolvimento de Pessoas (DIRDEP), tratou das questões relativas à formação inicial e continuada, bem como à gestão de carreira. Além disso, ela apresentou o PDA 2024, o Programa EJEF em Movimento e o Banco de Talentos do TJMG, geridos pela Escola Judicial.
Após a apresentação focada na atuação das diretorias, a programação continuou com uma exposição dialogada sobre gestão de processos e gestão de pessoas, ministrada pelos juízes, Robert Lopes de Almeida, da Comarca de Betim, e Carlos Márcio de Souza Macedo, Auxiliar da Segunda Vice-Presidência. Ambos se dedicaram a explicar como realizar o ritual de gestão e de que forma é possível transformar um grupo em equipe e, depois, em time. “Temos de transformar setores em unidades judiciárias prontas a lidar de forma ágil e eficaz com o trabalho do cotidiano, mas também com os desafios que aparecem. Isso só é possível quando aplicamos o ritual de gestão de forma continuada”, alertou Robert Lopes de Almeida.
O Juiz Carlos Márcio de Souza Macedo alertou: “Vocês precisam aprender a ser vocês mesmos, independentemente da função desempenhada no trabalho. Eu sou Carlos Márcio, atuo como juiz, mas não sou juiz o tempo todo. Saber fazer essa separação é muito importante para o bom desempenho funcional, mas, sobretudo, para o bem-estar social. Devemos nos dedicar ao trabalho com excelência, mas a atividade funcional não pode tirar de nós a nossa essência. Muito pelo contrário, ela deve ser prazerosa e não tediosa.”
Na etapa humanossocial, Gilberto Alves Rodrigues, servidor da Comarca de João Monlevade, e Lilian Freire Ferreira, servidora da Comarca de Diamantina, convocaram os presentes a refletirem sobre o sentido da vida e sua relação com o serviço público, bem como a plenitude da experiência humana, capaz de servir, evoluir e transformar a si e ao outro.
A etapa jurídica, ministrada por Rodrigo Martins Faria, Juiz Auxiliar da Presidência e Coordenador da Unidade Avançada de Inteligência (UAI-Lab), forneceu aos magistrados e assessores dicas importantes sobre o uso da inteligência computacional no Poder Judiciário. O magistrado demonstrou como utilizar soluções tecnológicas capazes de simular a inteligência humana, facilitando o trabalho do dia a dia ao realizar atividades repetitivas de maneira autônoma.
Experiência
Bruno Dias Junqueira Pereira, Juiz Coordenador do Núcleo Regional de Diamantina, avaliou a ação educacional como uma oportunidade ímpar. “Essas oficinas permitem que todos nós compartilhemos conhecimentos e experiências, fortalecendo nossos laços profissionais e pessoais. Além de aprimorar nossas habilidades técnicas, esses encontros nos proporcionam um ambiente colaborativo onde podemos discutir desafios comuns e encontrar soluções juntos,” afirmou o magistrado.
Letícia Machado Vilhena Dias, Juíza Coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Diamantina, destacou a importância de continuar promovendo essas iniciativas para manter o tribunal conectado às comarcas. “O contato direto e pessoal é fundamental para entender as realidades de cada região e adaptar nossas práticas às necessidades específicas de cada localidade. Isso reforça nosso compromisso com a excelência no serviço público e com a justiça de qualidade para todos,” concluiu.
Jacenã Costa, Gerente de Secretaria da comarca de Rio Vermelho, avaliou as oficinas como uma excelente oportunidade para troca de experiências. “Nós, do interior, precisamos muito desse contato presencial, dessas formações em que podemos estar com os magistrados, com os docentes e colegas de profissão. Mesmo quem não atua na mesma comarca pode ter algo a colaborar com o outro. Então, a EJEF está de parabéns por promover essas oficinas e encontros aqui no interior.”
Jaime Lima, Gerente de Contadoria da comarca de Diamantina, reiterou: “A aproximação e a interação proporcionadas por esses encontros são de extrema importância para nós. Acredito que, além das questões teóricas e práticas apreendidas nas aulas, é também uma forma de incentivo e de motivação”, concluiu.
EJEF vai à Escola
Em Diamantina, o projeto “EJEF vai à Escola” esteve na Faculdade de Ciências Jurídicas da UEMG e nas Escolas Estaduais Professora Izabel Mota, Professor Leopoldo Miranda e Professor Gabriel Mandacaru.
As comitivas da Escola Judicial, formadas por magistrados e servidores, proporcionaram aproximação com alunos, professores, diretores e reitores de escolas e faculdades.
A aluna Nicolly Silva Santos, da Escola Estadual Professora Izabel Mota, enfatizou o caráter descontraído da conversa com os desembargadores e juízes do TJMG: “Quando falaram que viriam pessoas do Tribunal aqui, eu tive outra ideia. Achei que seria algo muito fechado, com conversas técnicas e muito difíceis. O legal foi que eles falaram de forma muito tranquila, conversaram de forma descontraída, o que prendeu a atenção de todos. Acredito que poderiam fazer mais bate-papos como esses que aconteceram aqui”, concluiu a estudante.
Nesta edição, participaram do” EJEF vai à Escola” as Desembargadoras Lílian Maciel e Maria Luíza de Marilac; os Desembargadores Osvaldo Oliveira Araújo Firmo e Franklin Higino Caldeira Filho; os juízes Bruno Dias Junqueira Pereira e Letícia Vilhena, os diretores Ana Paula Prosdocimi e Thiago Doro ; o ex-diretor Fernando Rosa; Lorena Beleza, Gerente Administrativa de Formação; Claudiciano Pereira; Gerente da Gerência de Jurisprudência e Publicações, e Marília Miranda, Coordendora da Coordenação de Desenvolvimento Humanossocial (CODHUS).
Encerramento
Após as oficinas, a comitiva da Escola Judicial, formada por magistrados, gestores e servidores, se reuniu para realizar a solenidade de encerramento. A Desembargadora Lilian Maciel, Superintendente Adjunta da EJEF, destacou a emoção em fazer parte da trajetória de sucesso empreendida pelo Desembargador Renato Dresch e abraçada por todas as equipes da instituição. “É com muita emoção que agradeço a cada um de vocês pela dedicação. Sinto-me feliz por ter feito parte desse projeto. Estivemos em fóruns, faculdades, salas de aula de tantas escolas, mas principalmente, fomos ao chão de fábrica e nos colocamos à disposição para levar conhecimento e sermos a mudança que tanto buscamos e inspiramos”, destacou.
O Juiz Carlos Márcio de Souza Macedo também agradeceu a todos e destacou a parceria dos docentes e gestores da Escola para que a missão fosse cumprida. “É muito prazeroso vermos o resultado do nosso trabalho nas diversas comarcas em que estivemos. De todas elas recebemos um retorno positivo das pessoas que foram tocadas e inspiradas pela nossa presença. É muito gratificante saber que conseguimos levar adiante o que foi sonhado pelo Desembargador Renato, abraçado, planejado e colocado em prática por todos nós, por um time dedicado”, concluiu.
A Diretora Ana Paula Prosdocimi homenageou a todos com uma mensagem que relatava as fases das oficinas, agradecendo aos participantes e gestores. Ela ressaltou: “Quantos sorrisos e abraços recebemos de quem viu transformada a visão distanciada que tinham da EJEF, que agora estava bem pertinho, com toda a deferência. Isso foi possível porque muitos braços, corações e mentes se uniram com o que possuíam de melhor.”
Marília Miranda, Coordenadora da Coordenação de Desenvolvimento Humanossocial (CODHUS), também fez um discurso emocionado. Ela agradeceu aos docentes da etapa humanossocial e revelou que, ao receber a missão de desenvolver as oficinas com esse enfoque, não imaginava o quanto seria especial. “Foi uma experiência transformadora para todos nós. O engajamento e a dedicação de cada participante superaram todas as expectativas, e pudemos ver, na prática, o impacto positivo que essa abordagem teve na vida profissional e pessoal de muitos. Agradeço a cada um que contribuiu para o sucesso dessas oficinas e estou profundamente grata por fazer parte de algo tão significativo,” concluiu a gestora.
Fernando Rosa, Ex-Diretor Executivo da Diretoria de Gestão Documental, agradeceu a todos pela confiança e relatou que os trabalhos das oficinas foram além de sua expectativa. Ele aproveitou a oportunidade para se despedir do cargo: “Passei o bastão para Thiago Doro, porém, continuo na DIRGED prestando serviços ao Tribunal, aos servidores e magistrados e aos jurisdicionados. Fazer parte desse ciclo das oficinas foi algo transformador e muito positivo, agradeço em meu nome e da minha família”, disse emocionado.
Ao final, o Desembargador Renato Dresch fez uma participação remota, na qual, emocionado, agradeceu a todos que se dedicaram ao cumprimento da missão.
Homenagem
Após o encerramento, foram entregues quadros comemorativos do projeto “EJEF vai à Escola” aos Desembargadores Osvaldo Firmo e Lílian Maciel, aos juízes Carlos Márcio de Souza Macedo e Robert Lopes de Almeida, e ao docente Gilberto Rodrigues, em reconhecimento pela participação no projeto. O quadro do Desembargador Renato Dresch, será entregue em outro oportunidade.
Leonardo Vianna, Gerente do Centro de Tecnologia e Mídias Digitais (CETED0 explicou que o conceito artiístico do quadro traz uma síntese sobre o percurso que os gestores percorreram, ilustrando com ícones que rememoram às regiões de cada Núcleo Regional.
Estatísticas das Oficinas Jurídica e Gerencial
De maneira inovadora, as 24 edições das Oficinas Jurídica e Gerencial abrangeram as regiões dos 27 Núcleos, incluindo os Núcleos de Betim, Formiga e São Lourenço, criados em 2024. Ao percorrer mais de dezessete mil quilômetros, as oficinas não apenas forneceram conhecimento técnico e jurídico, mas também promoveram uma verdadeira transformação na esfera humana e social de mais de 5 mil servidores e magistrados em 298 comarcas.
Com o projeto de extensão “EJEF vai à Escola”, a instituição ampliou a aproximação entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e mais de 7.200 alunos de 95 unidades educacionais. Essa iniciativa pioneira da Escola Judicial levou conhecimento sobre o Poder Judiciário e as diversas carreiras jurídicas a estudantes, professores, diretores e reitores.
Reportagem: Silvana Monteiro
Fotos: David Junio