Publicado em 10/12/2025
A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) realizou o curso presencial Introdução aos Círculos de Construção de Paz – Turma 1/2025, que ocorreu de 2 a 5 de dezembro de 2025, no Salão do Júri do Fórum Doutor Ângelo Vieira Martins, na Comarca de Ponte Nova.
A ação educacional foi destinada a magistrados, servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), membros do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), advogados e um amplo público externo — incluindo conselheiros tutelares, assistentes sociais e lideranças religiosas —, tendo como finalidade capacitar os participantes a conduzir processos circulares básicos, integrando os princípios restaurativos em sua prática profissional e comunitária.
A juíza coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) de Ponte Nova, Dra. Dayse Mara Silveira Baltazar, apresentou a perspectiva da Justiça Restaurativa.
“A Justiça Restaurativa nos convida a olhar para além do conflito. Ela nos lembra que, antes de qualquer ruptura, existem pessoas, histórias e necessidades que precisam ser reconhecidas”, refletiu.
A magistrada observou que o processo coletivo do círculo oferece um caminho para a resolução. “Quando nos reunimos, percebemos que a mudança não começa com respostas prontas, mas na coragem de escutar o outro e permitir-se ser tocado pelo que ele traz.”
“É nesse movimento simples, mas profundamente humano, que a Justiça deixa de ser apenas um mecanismo de julgamento e se torna também um caminho de reconstrução, cuidado e pertencimento”, pontuou a juíza.
A Dra. Dayse Baltazar atribuiu o sucesso da ação à confiança mútua e ao esforço coletivo: “A força dos círculos nasce da soma de olhares, da diversidade de experiências e da confiança que vamos tecendo juntos”, concluiu.
A instrutora Vanessa de Freitas Couto, servidora do TJMG, reforçou a fala da juíza, destacando a natureza prática e imersiva do conteúdo.
“A ideia da formação é proporcionar uma imersão nos processos circulares. Só conseguimos adquirir fluência em uma atividade realizando-a. Não se aprende a nadar apenas lendo livros sobre técnicas de natação — é preciso ir para a piscina e começar a praticar. Vamos vivenciar o processo em nós e, depois, compreender o porquê de cada etapa”, explicou.
A docente complementou, reforçando que o objetivo final da formação envolve a responsabilidade individual na transformação social: “Nós somos a mudança que queremos promover na nossa sociedade.”
O curso, com carga horária total de 30 horas, abordou o alinhamento conceitual sobre o paradigma da Justiça Restaurativa, com ênfase na vivência dos fundamentos dos processos circulares, na identificação dos elementos essenciais para a construção de um círculo e no papel do facilitador.





