Publicado em 16/09/2025.
A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF), em parceria com a Escola da Magistratura da Associação dos Magistrados Mineiros (EMAJS), promoveu, em 11 de setembro, uma visita técnica à cidade de Ouro Preto, como parte do curso “A Justiça no Espelho das Artes: Cultura, Arte e Direito”.
A atividade reuniu magistrados, servidores e assessores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), com o propósito de integrar os conteúdos trabalhados em sala à observação direta de obras, espaços arquitetônicos e manifestações culturais.
O roteiro incluiu locais emblemáticos, como a Basílica do Pilar, a Casa dos Contos, o Museu da Inconfidência, a Casa de Tomás Gonzaga, o Teatro de Ouro Preto, a Rua Direita — com o Museu Casa Guignard —, além das igrejas do Carmo e de São Francisco de Assis.

Nessas visitas, os participantes tiveram contato com o barroco e o rococó mineiro, além de refletirem sobre a permanência de símbolos e alegorias relacionados à justiça.
O professor Marcelo Albuquerque Corrêa, docente do curso e especialista em História da Arte e da Arquitetura, acompanhou a atividade. Para ele, a prática em campo é fundamental para a consolidação dos conteúdos:
“É uma visita técnica, uma aula em campo. Em Ouro Preto, em especial, podemos observar como as virtudes cardeais e teologais se manifestam tanto nas igrejas quanto em obras civis, sempre associadas à justiça e à conduta humana”, explicou.
Ao refletir sobre a função pedagógica da atividade, Marcelo acrescentou:
“A arte cumpre um papel civilizatório. Ela vai além da beleza ou decoração, expressando conceitos culturais, filosóficos e doutrinários. Ao identificar alegorias da justiça, como a deusa Têmis, os profissionais do direito ampliam sua compreensão sobre como esses símbolos se mantêm presentes até hoje.”
O docente também destacou sua relação com a cidade, que considera “um museu a céu aberto”.

“Sempre conduzi turmas em visitas técnicas a Ouro Preto com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre o barroco, o rococó e o período colonial. É fundamental perceber as diferenças de estilo e as alegorias escondidas nos cantos das igrejas. Também é importante compreender como esses elementos dialogam com a história do direito e com a civilização mineira e brasileira”, observou o docente.
A visita técnica integra o plano pedagógico do curso, com carga horária total de 45 horas, previsto para ser concluído em novembro. A proposta é oferecer aos participantes um panorama integrando literatura, artes, arquitetura e patrimônio cultural à história do direito e à prática profissional no sistema de justiça.
Agradecimento
Durante a programação, a EJEF e a EMAJS emitiram moção de agradecimento ao Teatro Municipal de Ouro Preto – Casa da Ópera, na pessoa de seu diretor, o artista plástico Roberto Sussuca. O reconhecimento decorreu da colaboração prestada à visita técnica, reforçando a parceria institucional e a valorização do patrimônio cultural mineiro.

Na ocasião, Sussuca também foi presenteado com dois livros: “Vida e obra: Docência, pinturas, aquarelas e desenhos”, de autoria do professor Marcelo Albuquerque Corrêa, e “200 Anos do Direito Constitucional Brasileiro”, entregue pelos desembargadores Osvaldo Oliveira Araújo Firmo e Fernando José Armando Ribeiro.
A obra sobre o bicentenário do constitucionalismo brasileiro foi lançada pela EJEF em junho de 2025 e reúne artigos de juristas renomados e especialistas ligados ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O livro propõe um mergulho reflexivo sobre a trajetória da Constituição, suas rupturas, conquistas e desafios, conectando passado, presente e futuro do Direito no país.