O aprimoramento das competências em gestão, incluindo gestão estratégica, por resultados, de processos, inovação, conhecimento e de pessoas, é fundamental para melhorar o desempenho do Judiciário e garantir a qualidade e eficiência na prestação de serviços à sociedade.
Intervenções práticas e o compartilhamento de aprendizados e soluções tecnológicas são essenciais para enfrentar os desafios da prática jurisdicional e administrativa, visando uma gestão mais eficiente e humanizada no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Com base nessas premissas, nesta sexta-feira, 12 de abril, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF), realizou o seminário inaugural da Pós-Graduação Lato-Sensu em Gestão Pública Judiciária – Pessoas, Eficiência e Inovação.
A abertura da aula inaugural foi conduzida pelo Desembargador Renato Dresch, Diretor Superintendente da EJEF, que ressaltou a importância do senso de pertencimento e do investimento em ferramentas de inovação. Destacou: “Nós não somos apenas parte do Poder Judiciário, somos o próprio Poder Judiciário. É essencial que a Escola invista na formação dos servidores e magistrados com foco em gestão. Não basta ser um bom juiz, servidor ou assessor, precisamos ter bons gestores também. Às vezes temos um excelente profissional no sentido técnico, mas falta habilidade na forma de gerenciar as questões que chegam à unidade judiciária.”
A Desembargadora Lílian Maciel, Superintendente Adjunta da Escola, ressaltou o caráter inovador do curso, destacando a importância do planejamento e do uso de novas metodologias de gestão para garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Após a abertura, os discentes foram apresentados aos produtos, serviços, ações e projetos desenvolvidos e oferecidos pela Escola, os esclarecimentos foram conduzidas por Ana Paula Prosdocimi, Diretora Executiva da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DIRDEP), e Fernando Rosa, Diretor Executivo da Diretoria de Gestão da Informação Documental (DIRGED).
A Gerente de Planejamento e Desenvolvimento Pedagógico (GEPED), Inah Rezende, detalhou o enfoque do programa de formação, descrevendo o desenvolvimento de um curso voltado não só ao caráter técnico das disciplinas, mas também à prática.
Lorena Beleza, Gerente Administrativa de Formação conexa à DIRDEP, e Andrea Nogueira, Coordenadora Administrativa de Formação, se apresentaram aos discentes e se colocaram à disposição para questões administrativas durante o curso.
Sob a coordenação de Carlos Márcio de Souza Macedo, Juiz Auxiliar da Segunda Vice-Presidência do TJMG, o curso foi estruturado contendo aulas presenciais, síncronas e assíncronas, visando uma maior abrangência territorial e favorecendo atividades colaborativas. O magistrado destacou a metodologia participativa na elaboração do programa, envolvendo áreas específicas da Escola e do TJMG para atender às necessidades formativas da instituição. Com duração prevista de dois anos, o curso compreende quatro semestres e inclui a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, oferecendo aos participantes acesso a três eixos temáticos e quinze disciplinas obrigatórias, cuidadosamente selecionadas para proporcionar uma formação completa e abrangente em gestão pública judiciária.
Durante a tarde, os discentes participaram de uma oficina sobre inovação ministrada pelos laborataristas da Unidade Avançada de Inovação (UAI-Lab) do TJMG.
Em grupo, eles puderam discutir os princípios e práticas da inovação. O momento foi propício para a aproximação e interação dos alunos da pós-graduação.
Aula Magna
A aula magna, intitulada “A Metáfora do Castelo e os Princípios da Inovação Judicial”, ministrada pelo docente Marco Bruno Miranda Clementino, Juiz Federal e Professor da UFRN, ilustrou uma visão abrangente sobre o tema. Ele destacou a necessidade de estabelecer princípios e práticas que promovam a evolução do sistema judiciário, sua adaptação às mudanças e a eficiente resposta às demandas da sociedade.
Utilizando-se da metáforas, “do cobertor curto” e “do castelo” e suas chamadas “linhas invisíveis”, Clementino demonstrou como essas barreiras não físicas, normalmente criadas por meio de burocracias e hierarquias excessivas, podem separar diferentes grupos ou classes sociais do acesso ao Poder Judiciário. Ele destacou a importância de reconhecê-las para entender as dinâmicas sociais e buscar a igualdade e a inclusão.
O magistrado pontuou como os princípios da inovação judicial incluem não só a adoção de sistemas que agilizem processos, mas também a implementação de métodos alternativos de resolução de conflitos pautados na horizontalidade e na escuta dos diversos grupos que necessitam dos serviços judiciais. O magistrado destacou: “Ao permitir a consideração de diferentes perspectivas, contribuímos para decisões mais informadas e representativas, promovendo um acesso mais justo e democrático ao Poder Judiciário.”
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