Após levar as Oficinas Jurídica e Gerencial a 18 Núcleos Regionais, chegou a vez de Contagem. Nos dias 29 de janeiro e 1 de março, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes promoveu atividades direcionadas a magistrados, gestores, assessores e servidores. O Núcleo Regional de Contagem é composto, além da região sede, pelas cidades de Barão de Cocais, Betim, Bonfim, Brumadinho, Caeté, Ibirité, Igarapé, Lagoa Santa, Mateus Leme, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia e Vespasiano. Realizadas na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Contagem, as oficinas reuniram mais de 180 pessoas.
Roda de conversa com magistrados e gestores
Na tarde do dia 29 de fevereiro, a Comitiva da EJEF, conduzida pelo Desembargador Renato Dresch,Segundo Vice-Presidente do TJMG e Superintendente da Escola Judicial, reuniu-se com os gestores. Os diretores Ana Paula Prosdocimi e Fernando Rosa assumiram a roda de conversa. O objetivo foi levar informações sobre as diretorias da Escola, das ações educacionais e também levantar demandas que pudessem surgir entre os presentes para melhor atender aos públicos das diversas comarcas.
À noite, a superintendência da EJEF e os membros do Comitê Técnico reuniram-se com os magistrados. “Sempre inicio essa conversa dizendo que não temos pauta. E por que não temos pauta? Porque queremos ouvir o que vocês têm para nos falar. Saber as dúvidas, conhecer as propostas e também trazer um pouco daquilo que temos feito na Escola para vocês”, explicou o Desembargador Renato Dresh.
Ao conversar com os juízes, Carlos Márcio de Souza Macedo, Juiz Auxiliar da Segunda Vice-Presidência, disse: “Nessas 18 oficinas realizadas desde o início da gestão, posso dizer que muita coisa que já colocamos em prática na EJEF, surgiu desses encontros. Então, nem tudo vamos poder fazer, mas aquilo que estiver ao nosso alcance, vamos tentar colocar em prática. Digo mais, o Desembargador Renato é especialista em tentar solucionar questões mesmo que não sejam somente da alçada da Escola, mas ele leva para quem pode resolver”, comentou o magistrado.
Etapa Gerencial
Na manhã do dia 1 de março, a abertura das oficinas ocorreu no auditório da PUC. Ao iniciar a ação educacional, o Desembargador Renato Dresch destacou o empenho da Escola e de seus servidores em promover cada vez mais atividades inovadoras e integrativas. “A Escola tem que estar à frente, a Escola tem que inovar, nós não queremos apenas dar cursos, mas conectar as pessoas e incentivar práticas cada vez melhores e mais humanas”.
O Juiz Diretor do Foro e Palestrante, Haroldo Dutra Dias, falou da alegria em participar das oficinas. “Espero que vocês tenham uma experiência transformadora nesse dia e que aproveitem ao máximo as atividades propostas pela Escola Judicial.” Na etapa gerencial, as mais de 180 pessoas reunidas puderam, juntas, ter acesso a informações extremamente importantes sobre o desenvolvimento de pessoas e a gestão da informação documental.
Ana Paula Prosdocimi, Diretora de Desenvolvimento de Pessoas, demonstrou as ações de sua diretoria e apresentou também o Plano de Desenvolvimento Anual (PDA/2024). “A EJEF investe consideravelmente no desenvolvimento de pessoas com um olhar especial às carreiras”, explicou a gestora.
Fernando Rosa, Diretor da Diretoria de Gestão da Informação Documental (DIRGED), explicou como a EJEF atua para formar e informar magistrados, servidores e estagiários do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O gestor pontuou as principais ferramentas e publicações desenvolvidas pela DIRGED para auxiliar as atividades nos gabinetes e secretarias, além de listar as diversas ações voltadas à gestão documental do TJMG.
Gestão de pessoas e de processos
Em continuação à etapa gerencial, os juízes Carlos Márcio de Souza Macedo e Robert Lopes de Almeida proporcionaram aos participantes momentos de leveza, risos e compartilhamento de experiências com a “Exposição dialogada sobre gestão de pessoas e processos”. Eles demonstraram como realizar o ritual de gestão e a importância do gestor líder. “Pessoas não querem ser comandadas, nem chefiadas, muito menos controladas, as pessoas querem e precisam ser lideradas”, explicou Carlos Márcio de Souza Macedo.
Robert Lopes de Almeida trouxe à reflexão a importância de saber ouvir. “Nem sempre você vai poder resolver o problema exposto, porém, a pessoa tem conhecimento disso, mas muitas vezes ela quer ser ouvida. Ser ouvida dá à ela a sensação de pertencimento e a pessoa se sente mais leve. Às vezes, esse processo já ajuda a encontrar uma solução para o problema”.
Etapa Humanossocial
No âmbito humanossocial os servidores Gilberto Rodrigues, da comarca de João Monlevade, e Maria Angelina da Silva Leão, Analista Judiciária Assistente Social da comarca de Contagem, pontuaram a necessidade de compreender a experiência humana em suas diversas dimensões, com abordagem sensível às questões sociais, coletivas e individuais que permeiam a atuação no serviço público. “O serviço público já traz consigo uma missão muito profunda, o que exige de nós um olhar mais humano para o outro, porém, não devemos nos esquecer de nós mesmos, do autocuidado, da autorreflexão, para podermos dar o melhor de nós àqueles que nos procuram”, comentou Gilberto Rodrigues.
Maria Angelina Leão também destacou a importância de sermos mais empáticos e de também reconhecermos nossa condição humana, de pessoas que fazem o melhor, mas que podem falhar e isso deve ser plenamente compreendido.
Etapa Jurídica
Na Etapa Jurídica, magistrados e assessores tiveram acesso a temas atuais e inovadores. A exposição “Precedentes qualificados e gestão adequada de conflitos e litigância: os novos papéis do Poder Judiciário e as estratégias adotadas pelo TJMG” foi conduzida por Mônica Silveira, Juíza Auxiliar da Primeira Vice-Presidência do TJMG, e Daniel Geraldo Oliveira Santos, Coordenador do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e Ações Coletivas (NUGEPNAC) do TJMG. Eles informaram sobre a uniformização dos procedimentos decorrentes da aplicação dos precedentes qualificados e como isso amplia a eficácia das Ações Coletivas no julgamento de casos repetitivos.
Essa uniformização otimiza a segurança jurídica das decisões dos magistrados e aprimora as condições de trabalho. Com isso, os juízes podem dedicar mais tempo à análise de casos singulares e complexos, em vez de se ocuparem com a pesquisa de casos, contribuindo para uma maior eficiência e qualidade na prestação jurisdicional.
A aula dedicada à inovação foi oferecida por Rodrigo Martins Faria, Juiz Auxiliar da Presidência do TJMG e Coordenador do Centro de Inteligência e do Laboratório de Inovação do TJMG (UAILab). Com o tema “Hiper automação na atividade jurisdicional”, ele demonstrou como diversas atividades podem ser facilitadas com o uso de ferramentas já disponíveis, incluindo o PJE+R.
Visita às Escolas
Na noite de 29 de fevereiro, a EJEF promoveu visita e bate-papo com alunos da PUC e da FUNEC/Ressaca, ambas instituições localizadas na comarca de Contagem. Na manhã de sexta-feira, 1 de março, os magistrados visitaram as Escolas Estaduais Professora Maria Coutinho e Firmo de Matos.
Essa ação educacional, que faz parte do Programa Conhecendo o Judiciário do TJMG, foi adotada na atual gestão da Escola Judicial com o objetivo de levar conhecimento sobre o Poder Judiciário às escolas onde ocorrem as Oficinas Jurídicas e Gerenciais. Os encontros proporcionam aos alunos contato com magistrados e a oportunidade de conhecerem as carreiras jurídicas, tirar dúvidas e se motivarem quanto aos estudos.
O aluno Arthur Donizete, do terceiro ano da FUNEC, relatou ter ficado muito impressionado com a oportunidade de ouvir os magistrados do TJMG. “Achei importante juntar os desembargadores e juízes com os alunos. Também gostei muito do esclarecimento de dúvidas do pessoal da minha sala, foi muito bom.”
Experiências
Elexander Camargos Diniz, Juiz Titular da Vara do Tribunal do Júri e Coordenador do Núcleo Regional de Contagem, destacou: “Primeiro, há a alegria do encontro, não é mesmo? Do encontro com os colegas, com os servidores, de pararmos as nossas atividades, intensas no dia a dia, para estarmos aqui refletindo sobre importantes assuntos, buscando aprendizado, buscando reciclagem e, ao mesmo tempo, fazendo uma integração com a comunidade por meio da visita às escolas. Então, para nós, é motivo de muita alegria. Quero parabenizar a Escola Judicial, a Superintendência da Escola Judicial e toda a sua equipe pela iniciativa, pelo acontecimento, pela realização, porque não é fácil fazer com que as coisas aconteçam, e esse evento é muito marcante para todos nós”.
Flaviana Luzia Silva, Gerente de Secretaria da Segunda Vara Cível e Criminal da comarca de Brumadinho, expressou gratidão em participar das oficinas. “A EJEF sempre trazendo aprendizados e ferramentas que nos auxiliam no dia a dia de trabalho de forma objetiva. Também amei conhecer pessoalmente o Dr. Carlos Márcio de Souza Macedo. Além do grande profissional que é, é um ser humano ímpar com sua didática simples e leve.Uma excelente escolha da EJEF. Sugiro que ele deveria palestrar em todas as comarcas antes de se aposentar.”
Jefferson Araújo, Oficial Judiciário da comarca de Sabará, recordou sua posse ao participar das oficinas. “Trouxe aprendizado a mais para os servidores e acredito que todos saíram motivados a contribuir para melhorar ainda mais os serviços prestados. A oficina me trouxe uma memória boa do dia em que tomei posse e me fez lembrar do quão grande é o Tribunal de Justiça.”