A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) promoveu na manhã desta sexta-feira, 24 de novembro, live com o tema: “Convivência Escolar, Bullying e Justiça Restaurativa”. A iniciativa integra os esforços contínuos da Escola Judicial, em parceria com a 3ª Vice Presidência do TJMG, para promover o debate construtivo e aprimorar o entendimento em questões cruciais para a efetivação da justiça e paz social.
A ação educacional contou com a docência de Telma Pileggi Vinha, Pedagoga e Doutora em Educação e da Desembargadora Hilda Teixeira da Costa, Coordenadora do Comitê de Justiça Restaurativa do TJMG (COMJUR). A abertura e as boas-vindas ficaram a cargo do Juiz Auxiliar da 3ª Vice-Presidência, Marcus Vinícius Mendes do Valle.
Ambiente escolar saudável e inclusivo
Telma Vinha é reconhecida por seu trabalho na promoção de pesquisas e debates que buscam a construção de ambientes escolares saudáveis e inclusivos. Durante a transmissão ao vivo, a professora compartilhou suas perspectivas e conhecimentos aprofundados sobre convivência escolar, explorando estratégias para criar comunidades educativas que valorizem o respeito, a colaboração e a diversidade.
Ao abordar o tema Bullying, a expositora falou sobre prevenção e a criação de uma cultura escolar que desencoraje esse comportamento, contribuindo para a promoção de ambientes mais seguros e acolhedores.
Além disso, a live abordou a Justiça Restaurativa como uma ferramenta eficaz para resolver conflitos escolares. A especialista compartilhou detalhes importantes sobre como essa abordagem pode promover o diálogo e a reconciliação, criando um ambiente mais resiliente e positivo nas instituições de ensino.
A especialista destacou a importância de distinguir não apenas os diferentes tipos de violência, mas também outros problemas de convivência presentes na escola, caracterizados por desafios enfrentados diariamente. Ao referir-se aos distintos tipos de violência, enfatizou inicialmente a presença da violência institucional na escola, manifestada por meio de regras inflexíveis, situações humilhantes e punições excessivas, como o exemplo de escolas totalmente gradeadas.
Embora tenha abordado brevemente outras formas de violência que invadem a escola, como o tráfico de drogas e ataques violentos, o foco principal da análise concentrou-se na violência que ocorre dentro da instituição educativa.
Violências estruturais
Nas pesquisas da área, os problemas de convivência na escola foram categorizados em manifestações violentas, como bullying e violência física, e outras manifestações relacionadas, como indisciplina e incivilidades. Estes últimos, embora perturbadores, não foram classificados necessariamente como violência.
Assim, ao analisar os problemas de convivência na instituição educacional, a especialista observou um panorama complexo, incluindo a violência que invade a escola, a violência institucional e as manifestações violentas, como o bullying. Mesmo a cyberagressão foi considerada uma forma de violência na escola, transcendendo os limites entre o espaço online e real, manifestando-se e influenciando reciprocamente. Por outro lado, foram identificadas as manifestações perturbadoras, como a indisciplina, a incivilidade e a transgressão.
Esse cenário complexo, sem dúvida, é atravessado por violências estruturais, como o racismo, a misoginia e o capacitismo, manifestando-se dentro do ambiente escolar. A especialista ressaltou a importância de enfrentar não apenas os desafios imediatos, mas também as violências estruturais que permeiam o ambiente educacional.
A transmissão ao vivo permanece disponível no canal da EJEF no YouTube, permitindo que todos interessados acesse o conteúdo aqui.