Durante três dias consecutivos, a Escola Judicial promoveu capacitação abrangente, com foco na prática, no curso Sistemas Informatizados da Primeira Instância: SEEU, BNMP e RUPE. A ação educacional foi destinada a servidores que atuam nas varas únicas e de execuções penais. Com início no dia 29 e encerramento no dia 31 de agosto, a imersão propiciou aos usuários desses sistemas ampliação do conhecimento acerca do manejo e da solução de demandas.
Abertura
A abertura da ação educacional, no auditório da EJEF, foi conduzida por Ana Paula Prosdocimi, Diretora Executiva de Desenvolvimento de Pessoas, que destacou a presença de servidores de várias comarcas do interior. “Essa ação tem toda uma importância não só por se tratar de treinamento em sistemas tão relevantes ao dia a dia do servidor de primeira instância, mas também por reunir, aqui na sede da Escola, pessoas de tantas comarcas, das muitas regiões de Minas, que poderão, durante esses três dias, aprender mais e ter a oportunidade de interagir pessoalmente” disse.
A Diretora ressaltou que a ação integra o Programa EJEF em Movimento, que visa trazer magistrados e servidores aos ambientes físicos da Escola, propiciando maior interação entre docentes e discentes, durante oficinas presencias e interativas. Ela ainda disse que o público do curso foi escolhido como referencial para que possa, futuramente, ser o braço da EJEF no compartilhamento dessas informações na modalidade EAD para outros servidores e comarcas.
Integração humanossocial
Em uma das atividades realizadas, os servidores participaram de dinâmica de integração e sensibilização conduzida por Marília Miranda de Almeida, Coordenadora da Coordenação de Desenvolvimento Humanossocial (CODHUS), e Jussara Maria Canuto de Aquino, Analista de Recursos Humanos. Os servidores foram divididos em grupos e desafiados a discutir suas percepções sobre os sistemas. Ao término da dinâmica, os grupos foram à frente, compartilhar suas impressões, necessidades e expectativas quanto à ação educacional com todos os participantes.
Teoria e prática
Os alunos foram organizados em duas turmas, o que lhes permitiu aprimorar, de maneira prática, em computadores individuais, a utilização das ferramentas disponíveis. As salas foram preparadas com o apoio técnico das equipes da Diretoria Executiva de Informática (DIRFOR).
Docente do curso, Gislene Sousa Salomão, lotada na Coordenação de Apoio e Acompanhamento dos Sistemas Judiciais Informatizados da 1ª Instância, agradeceu à Escola Judicial por propiciar essa formação. “Aqui nós vamos tirar dúvidas e colocar em prática tudo que for preciso para tornar mais claro e eficiente o uso desses sistemas”.
Marcelo Pereira da Trindade, servidor da comarca de Abaeté, também docente no curso destacou: “Vamos fazer um apanhado geral desde o início da movimentação nos sistemas, tanto no sentido amplo quanto nas movimentações gerenciais. O grande diferencial dessa ação é o contato presencial, as aulas serão em uma abordagem com foco em vários pontos cruciais dos sistemas, aqueles que geram mais demandas e dúvidas”.
Audry Santos, Oficiala Judiciário na comarca de Botelhos, disse que: “participar desta formação em sistemas de Primeira Instância é uma oportunidade ímpar para uma servidora como eu, que iniciou no Tribunal em 2022. Desde conhecer as instalações da EJEF, a organização do curso até os aprendizados adquiridos, [tudo] tem sido maravilhoso. Em relação ao curso propriamente dito, os docentes têm vasto conhecimento e trazem exemplos práticos do dia a dia daqueles que manuseiam os sistemas, tirando dúvidas e esclarecendo cada aluno particularmente. Estou encantada com os detalhes e com a possibilidade de melhorar meu desempenho quando retornar à comarca em que trabalho”.
Amaurílio Amador da Silva é servidor na cidade de Águas Formosas e, pela primeira vez, participa de um curso em Belo Horizonte. Ele avaliou a experiência como uma oportunidade de ampliar conhecimento e criar vínculos com a instituição e com outros colegas. “Eu acho que, quando a gente sai lá do Nordeste de Minas, como é o meu caso, e vem aqui para participar de um curso, vem essencialmente em busca de conhecimento. É uma oportunidade de você incorporar coisas novas, de reavaliar suas rotinas de trabalho, aprender e tirar suas dúvidas”.
O servidor disse que a realidade correspondeu à expectativa e que ficou impressionado com a excelência do professor. Ele ainda ressaltou a oportunidade de conhecer novas pessoas e compartilhar desafios e experiências bem-sucedidas. “Eu nunca tinha participado de um curso aqui em BH. E aí, quando você está aqui, encontra pessoas de 29 diferentes cidades compartilhando seus anseios, seus medos, suas inseguranças; sente aquela sensação de que você não está sozinho e isso de certa forma te dá uma tranquilidade danada. O curso, para mim, está sendo um fator de tranquilidade, quando eu vi as meninas comentando as alterações que estão sendo feitas no banco estadual de mandado de prisão, e de repente estão batendo com as minhas dúvidas, com os meus medos, percebemos que é um ambiente de transformar ansiedade em tranquilidade”, comentou.
Sistemas essenciais ao andamento processual e à execução penal
O Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), voltado para registrar informações sobre pessoas detidas e ordens de prisão, e o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU), destinado a processos de execução penal, e não prisões, foram os destaques do treinamento. Esses sistemas vitais são alimentados por dados de todas as instâncias judiciais do país, os quais fornecidos pelas autoridades responsáveis pelas prisões, no momento do registro. Além disso, foi destacado o Repositório Unificado de Procedimentos Eletrônicos (RUPE), um sistema central integrado por módulos independentes, que promove a harmonização entre esses módulos e outras plataformas de acompanhamento processual, como SISCOM, SIAP, Sistema CNJ, PJe e SEEU, fortalecendo a eficiência do sistema judiciário como um todo.