Paulo Eduardo de Figueiredo ingressou no TJMG em 1992 e, durante sua trajetória, atuou como assessor judicial, assessor técnico e diretor; aposentou-se em 2022. Antes de tomar essa decisão, já havia definido ritmo e caminho a seguir. No entanto, foi no Programa de Preparação para Aposentadoria (PPA) que ele descobriu uma série de outras possibilidades. “Certos aspectos da aposentadoria não haviam sido considerados por mim antes da participação no programa. Por meio dessa preparação oferecida pela Escola, pude enxergar, com mais clareza, o que eu queria e definir melhor o meu percurso, principalmente no que diz respeito à perspectiva do prazo”.
Com o intuito de colher impressões sobre o PPA, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF), por meio da Coordenação de Orientação à Lotação (COMOV), reuniu, na tarde desta terça-feira, 22 de agosto, na sede da Escola, servidores já aposentados que participaram do Programa.
Num encontro leve e descontraído, a equipe da COMOV ― composta por Karla Armanelli, Coordenadora da área, e pelas psicólogas Alcione Teixeira e Kelly Chalub ― adotou a metodologia “follow-up” para colher informações e impressões dos participantes.
Segundo Karla Armanelli, a iniciativa revela-se de fundamental importância, pois tem o objetivo de ouvir os ex-servidores sobre a eficácia do programa de que participaram. “Esse processo permite avaliar a relevância das informações e ferramentas fornecidas durante a preparação para a aposentadoria, identificando pontos de sucesso e possíveis áreas de aprimoramento”.
O encontro de acompanhamento possibilitou o diálogo entre os aposentados e as psicólogas, promovendo um ciclo construtivo. Essa abordagem não apenas valida a utilidade do programa, mas também cria um ambiente propício para compartilhamento de experiências entre os participantes. Nesse encontro, os servidores aposentados relataram percepções sobre os desafios enfrentados na transição para a vida pós-carreira, enriquecendo o programa para futuros beneficiários.
“Queremos verificar qual o impacto das atividades e metodologias adotadas no PPA na vida desses servidores que já deixaram de atuar no Tribunal. Nosso objetivo é uma maior humanização e adequação do Programa ao que de fato faz sentido para essas pessoas”, explicou Kelly Chalub.
Além disso, a aplicação do follow-up reforça o compromisso organizacional com o desenvolvimento completo de seus funcionários ao longo de toda a trajetória profissional. A atenção continuada aos aposentados demonstra apreço à contribuição que eles deram à instituição, mantendo-os engajados e valorizados mesmo deixarem a ativa no serviço público. Assim, o follow-up não apenas aprimora o programa em si, mas também fortalece os laços entre a organização e seus ex-colaboradores, criando uma rede de apoio duradoura.
Eglentine Reis atuou por mais de 30 anos no TJMG e considera que a aposentadoria não é o fim da carreira, mas uma oportunidade de conhecer outras possibilidades da vida. “O que mais me chama a atenção no PPA é a oportunidade de ficar por dentro do que acontece em nossa instituição e, principalmente, de nos preparar para uma vida diferente daquela em que saímos todos os dias e vimos para o tribunal. O PPA é importante para a gente não se alienar”, ressaltou a ex-agente judicial.
Carlos Márcio de Souza Macedo, Juiz Auxiliar da Segunda Vice-Presidência, acredita que o PPA deveria ser parte do itinerário formativo dos servidores do TJMG, desde o ingresso até o fechamento do ciclo dentro da instituição. “Esse programa adotado pelo Tribunal com todos os seus servidores é essencial. Digo por experiência própria. Ele é desenvolvido pela Escola Judicial de modo a abordar diversos aspectos da vida dos servidores nos âmbitos pessoal, espiritual, financeiro, de alocação de tempo e de produtividade para além da função institucional. Tenho defendido, por onde passo, que as pessoas devem participar dele muito antes de pensar na aposentadoria, porque ele tem um impacto muito positivo sobre nossas decisões envolvendo a carreira, a continuidade, a mudança e o encerramento da trajetória como colaborador”.
Follow up
A expressão “follow-up”, que pode ser traduzida como acompanhamento, designa uma metodologia de monitoramento de processos ou projetos pautada no levantamento de informações de aprendizado, com vistas à busca de possibilidades de aprimoramento de procedimentos.