A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF) e a Escola Superior da Magistratura Desembargadora Jane Silva (EMAJS) da Associação dos Magistrados Mineiros (AMAGIS) realizaram, nesta segunda-feira, 10 de março, o curso “Mulheres Juízas: reflexos na carreira e nas relações”, com a participação de magistradas da primeira e da segunda instância do TJMG, das áreas cíveis e criminais.
Participaram da abertura do curso Desembargadora Áurea Brasil, Superintendente de Mídia Institucional do TJMG; Desembargadora Karin Emerich; Juíza Rosimere das Graças do Couto, Vice-Presidente Administrativa da Amagis; Desembargadora Paula Cunha e Silva e Ana Paula Prosdocimi, Diretora de Desenvolvimento de Pessoas da EJEF (DIRDEP), que, em sua fala inicial, destacou que a parceria entre as duas escolas é promissora. “Nós da EJEF ficamos muito felizes e satisfeitos com essa proposta, que surgiu da Amagis, de tratar desse tema tão relevante para as duas instituições. É uma oportunidade de selar essa parceria que a gente quer instituir. A EJEF quer atuar ao lado da EMAJS, fazendo o máximo de ações em conjunto”, pontuou.
A gestora enfatizou a importância do tema abordado: “É uma temática muito importante, que nos traz a oportunidade de olhar para dentro, para conseguir olhar para fora, com mais qualidade e sensibilidade”. Para ela, trata-se de uma oportunidade de “saber o quanto nós temos que cuidar das mulheres para que essa assimetria estrutural e o preconceito que ainda existem possam ser dissipados” destacou.
A Juíza Roberta Chaves Soares, Diretora da Coordenadoria da Mulher da Amagis, explicou que “esse curso foi pensado para fazer refletir sobre padrões que são naturalizados, tais como o machismo, as diversas violências sofridas pelas mulheres, em especial a mulher juíza, tanto no exercício da profissão quanto na vida pessoal e no âmbito institucional”, explicou. A magistrada também salientou que um dos objetivos do curso é estimular a formação de vínculos entre as magistradas, com um olhar especial ao apoio entre as próprias mulheres e ao autocuidado.
Atuou como docente a psicóloga Arielle Sagrillo Scarpati, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (PUC-RS), mestre em Psicologia Social (UFES) e doutora em Psicologia Forense (University of Kent), que iniciou a exposição convidando as magistradas a se apresentarem, contarem suas trajetórias de vida e indicarem os motivos pelos quais chegaram ao Judiciário. Durante a atividade, a especialista formulou questões reflexivas relacionadas aos estereótipos e violências de gênero e saúde mental. “Quantas vezes somos questionadas sobre nossa maternidade e em relação aos inúmeros papéis desempenhados por nós mulheres? É importante nos livrar de culpas, pesos e pressões impostos por uma sociedade culturalmente machista e preconceituosa”, destacou.
Além da exposição dialogada sobre gênero, estereótipos de gênero, maternidade, saúde mental, participação em espaços públicos e privados, violência de gênero, assédio e saúde mental, houve grupos de discussão em que as magistradas puderam falar sobre casos relacionados aos temas e propor soluções alicerçadas no conteúdo apresentado pela docente.