A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes realizou nos dias 22 e 23/09, a Oficina Jurídica e Gerencial no Núcleo Regional de Pouso Alegre.
As ações educacionais desenvolvidas pelas equipes de docentes e gestores da EJEF reuniram magistrados, assessores, gerentes de secretarias e servidores em torno de exposições sobre temas jurídicos, gestão da informação documental do TJMG, desenvolvimentos de pessoas, gestão de processos e melhoria na prestação jurisdicional.
Além das atividades promovidas no Fórum Orvieto Butti, a EJEF proporcionou um bate-papo entre magistrados, servidores do TJMG e alunos de escolas públicas do município.
O Núcleo Regional de Pouso Alegre é o segundo a receber as oficinas na gestão do segundo vice-presidente do TJMG, desembargador Renato Dresch, à frente da superintendência da Escola Judicial para o biênio 2022/2024.
Troca de experiências
A tarde do primeiro dia de atividades foi marcada por um encontro entre os magistrados do Núcleo Regional. Estavam presentes os desembargadores Lílian Maciel, Osvaldo Firmo, Alberto Deodato e Marcos Padula e os juízes Carlos Márcio de Souza Macedo, Túlio Márcio Lemos Naves, Daniel Teodoro Mattos da Silva, Carlos de Chechi e Franco Pinto, José Dimas Rocha Martins Guerra, Fábio Moreira Arantes, José Hélio da Silva, Selmo Sila de Souza e Roberto Troster Rodrigues Alves.
Representando o segundo vice-presidente do TJMG, superintendente da EJEF, desembargador Renato Dresch, a desembargadora Lílian Maciel, superintendente-adjunta da Escola Judicial, abriu as atividades pontuando a importância da aproximação entre os magistrados e a troca de experiências entre eles para oferecer, cada vez mais, o melhor serviço à população.
“Os encontros regionais possibilitam uma aproximação dos próprios colegas da região entre si, já que abrange comarcas de vara única em que o juiz se sente muito solitário. Assim, a troca de experiências, de ideias, torna-se um laboratório para soluções dos problemas que enfrentam”, destacou.
Bate-papo entre magistrados, servidores e estudantes
O período noturno, do primeiro dia de atividades, e a manhã, do segundo dia, ficaram marcados pelo bate-papo entre magistrados e alunos de duas escolas públicas de Pouso Alegre.
A Escola José Marcos de Oliveira recebeu a visita dos desembargadores Lílian Maciel, Marcos Padula e Osvaldo Firmo e do juiz diretor do Foro da comarca, Túlio Márcio Lemos Naves e do diretor executivo da Diretoria de Gestão da Informação do TJMG, Fernando Rosa.
Os alunos da Escola Estadual Vinícius Meyer receberam a visita do Desembargador Alberto Deodato, do juiz auxiliar da segunda vice-presidência do TJMG, Carlos Márcio de Souza Macedo, do juiz coordenador do Núcleo Regional de Pouso Alegre, Daniel Teodoro Mattos da Silva e do juiz diretor do Foro de Monte Sião, Roberto Troster Rodrigues Alves.
Atuando como um braço do Programa Conhecendo o Judiciário do TJMG, a EJEF propicia aos alunos, dos ensinos fundamental e médio, conhecer o funcionamento do Poder Judiciário. Durante os encontros os estudantes ouvem os magistrados e são ouvidos por eles. De modos informal e dinâmico, os jovens, seus professores e diretores podem tirar dúvidas e conversar com os servidores da corte mineira.
Durante os encontros são distribuídas cartilhas e apresentados conteúdos com foco na adolescência, justiça e cidadania.
A desembargadora Lílian Maciel externou sua felicidade em participar do bate-papo.
“Vemos proatividade de juízes, desembargadores e servidores engajados nessa ação. É algo simplesmente emocionante!”
A magistrada ressaltou que não se trata apenas do cumprimento de um dever, mas a oportunidade de levar o judiciário para mais perto da população, motivar os alunos e conhecer de perto a realidade das escolas. “As visitas do judiciário às escolas trata-se de uma ação agora até recomendada pelo CNJ, por meio da Recomendação 136 de 2022, mas que já havíamos iniciado antes. É uma forma de tornar a justiça mais próxima do cidadão, mais horizontal, mais humanizada, ainda mais para esse público específico dos jovens que estão em formação e precisam de orientação numa fase crucial de suas vidas. Com isso, cria-se uma oportunidade para que o poder judiciário, também seja, além da escola e da família, um agente promotor desse formação educacional. Isso sem falar no sentimento de servir”, concluiu.
Abertura das oficinas
A manhã do segundo dia de ações educacionais iniciou-se com o pronunciamento da presidente da mesa, superintendente-adjunta da Escola Judicial, desembargadora Lílian Maciel.
A magistrada disse que passou a levar consigo o lema “gestão da felicidade” inspirada pelo desembargador Alberto Deodato. “Estamos aqui não só para falar de processos, julgar processos e atuar em unidades judiciais. Estamos aqui para melhorar a vida das pessoas e para sermos completos e felizes naquilo que fazemos”, pontuou. Integraram a mesa de honra o juiz auxiliar da segunda vice-presidência, Carlos Márcio de Souza Macedo, o juiz de Pedralva e Cristina, Fábio Moreira Arantes, o diretor da Diretoria Executiva de Gestão da Informação Documental do TJMG, Fernando Rosa e a diretora em exercício, da Diretoria Executiva de Desenvolvimento de Pessoas da EJEF, Lorena Assunção Belleza.
Gestão documental
No primeiro momento da etapa gerencial os mais de cem servidores presentes puderam conhecer como funciona a gestão da informação no TJMG e as diversas frentes nas quais atua a Diretoria responsável por essa importante área da justiça mineira.
Fernando Rosa, diretor da Diretoria Executiva de Gestão da Informação Documental do TJMG, fez uma completa exposição das ferramentas e conteúdos oferecidos pela DIRGED. O servidor lembrou que não atua com arquivo, mas sim com gestão, preservação e acesso a documentos. Ele destacou a importância de cuidar da informação nas perspectivas do passado, do presente e do futuro. Além disso, o especialista discorreu sobre o Arquivo Permanente do TJMG, dentre outras frentes nas quais atua sua diretoria. Ao demonstrar a Biblioteca Digital ele convidou os servidores e magistrados a explorarem os acervos.
“ Temos uma rica diversidade de conteúdos, livros, publicações e estamos buscando a aquisição de mais um grande acervo bibliográfico por esses dias”, informou.
Ao analisar as atividades realizadas pela EJEF, o servidor engrandeceu a oportunidade de interiorização das ações educacionais e serviços do TJMG. “É uma rica experiência, tanto pela oportunidade do contato com as escolas, como também pela possibilidade que nós tivemos de divulgar os serviços, o trabalho de gente para as equipes das comarcas que integram o Núcleo Regional de Pouso Alegre. É a busca pela interiorização dos trabalhos da Escola. O objetivo foi cumprido, ficou claro, e de uma forma muito evidente pelo interesse demonstrado por tudo que nós oferecemos”.
Gestão de pessoas e processos
O juiz auxiliar da segunda vice-presidência Carlos Márcio de Souza Macedo palestrou sobre a importância de trabalhar menos e produzir mais. O gestor líder e o ritual de gestão. Como melhorar o time de trabalho.
O magistrado focou na integração de pessoal e na busca por metodologias que aprimorem a interação dos servidores e magistrados em torno da otimização do trabalho gerencial. “Não atuamos em secretarias, trabalhamos em unidades judiciárias. Precisamos buscar uma integração para aprimorar a gestão de pessoas e o gerenciamento de processos. Atuamos na melhoria de vidas.”
Ao falar dos encontros, ele disse da visível alegria dos envolvidos. “A gente percebe os resultados na alegria das pessoas com a nossa vinda à comarca e, consequentemente, ficamos imensamente satisfeitos por estarmos nessa jornada da educação. Aqui em Pouso Alegre não foi diferente. As interações foram muito proveitosas. Vimos de perto a dedicação de todos e todas em prol de um judiciário mais ativo, feliz e produtivo” concluiu.
O juiz de direito de vara única da comarca de Cristina, Fábio Moreira Arantes apresentou os resultados alcançados com a metodologia ativa da gestão de pessoas e processos. O docente da Escola Judicial enalteceu a difusão do conhecimento e saberes. “A EJEF é o maior difusor de conhecimento do Tribunal. A presença física da Escola nos Núcleos Regionais e a organização de oficinas para a troca de experiências entre diferentes unidades são iniciativas imprescindíveis ao aperfeiçoamento de todos. Aproxima pessoas, humaniza a instituição, instiga o aprendizado e abre novos rumos, que não seriam descobertos de maneira solitária” pontuou.
Compartilhamento de vivências e saberes
Ao final das ações, no período vespertino, o público foi divido em duas turmas. Alguns magistrados e servidores puderam acompanhar a oficina jurídica – Judicialização da Saúde – com o juiz federal Clênio Schulze. O docente falou da complexidade do tema e de como é importante a atenção às legislações e jurisprudências que envolvem o acesso à saúde e a medicamentos.
Os demais servidores e magistrados participaram da oficina Etapa Humanossocial, tendo como docentes a coordenadora da Coordenação de Desenvolvimento Humanossocial da EJEF, a psicóloga Marília Miranda de Almeida e o servidor Gilberto Alves Rodrigues, da comarca de João Monlevade.
A servidora pontuou a importância do autoconhecimento, da busca constante pelo que move e inspira a atuar no serviço judiciário e na prática da empatia.
O servidor convidou a todos a multiplicarem o que foi aprendido na oficina.
“Precisamos entrar em uma escola de humanidade para aprender a conhecer e a pensar.
É importante superar a intolerância e o individualismo. Aprender a ser. Ao praticarmos a empatia, combatemos a invisibilidade social e passamos a servir o povo com a nossa vocação e não por obrigação “
A discente Anielly Silveira, assessora de juiz na comarca de Pouso Alegre, expressou satisfação com tudo que pode aprender e apreender. “As oficinas proporcionaram um aprendizado muito enriquecedor, oportunizando uma troca de experiências e de estratégias, sob óticas diferentes, de como podemos lidar com as dificuldades e situações do nosso dia a dia, sempre visando o melhor resultado para o caso concreto, bem como apresentando uma nova maneira de divisões de tarefas, priorizando o trabalho em equipe, sem diferenciação entre os colaboradores, em intento de um bem comum, que é a efetividade da prestação jurisdicional.
Discente da EJEF, o oficial judiciário, Miler Miguel ressaltou a busca pela humanização do atendimento jurisdicional.
“As oficinas são importantes para reforçar o papel social que desempenhamos como servidores públicos. Além disso, foi proporcionado a nós um aprendizado que agrega eficiência no nosso dia a dia, como o ritual de gestão, e as experiências de outras comarcas. Por fim, a etapa humanossocial nos faz refletir sobre como podemos prestar um atendimento cada vez mais humanizado e empático. É importante entender que por trás de cada número de processo, existem pessoas que depositam total confiança no nosso trabalho”, afirmou.
Magistrados e servidores reuniram-se em dinâmicas e grupos de discussões durantes as oficinais e puderam compartilhar experiências, discutir casos práticos e tirar dúvidas.
Expectativas superadas
O juiz diretor do Foro da comarca Túlio Márcio Lemos Mota Naves falou das expectativas superadas. “Agradeço imensamente a toda a equipe da EJEF por termos sido a segunda comarca a receber as oficinas nessa gestão. Os trabalhos foram intensos e trouxeram um ânimo aos novos servidores. Esse é um ponto de partida que ficará para sempre na memória deles. O encontro preparatório com os magistrados pode proporcionar o fortalecimento das ações e a multiplicação das ideias”, concluiu.
O juiz coordenador do Núcleo Regional de Pouso Alegre, Daniel Teodoro Mattos da Silva avaliou o conteúdo apresentado e a recepção nas escolas. “ As oficinas são essenciais. Elas nos ajudam a cumprir melhor os normativos do Tribunal e oferecem aos servidores ferramentas institucionais e humanossociais que podem auxiliá-los em suas funções e na interação entre eles e os magistrados”, destacou. Em relação ao bate-papo nas escolas, o magistrado ressaltou a forma como os alunos passaram a ver os juízes e desembargadores. “Você observa uma mudança na forma de ver a Justiça por meio da presença dos magistrados. Pudemos mostrar que estamos aqui para servir. Muitas vezes, eles têm uma visão de que não nos integramos, não interagimos com a comunidade, o que não é verdade”, concluiu.
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